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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Sibutramina: proibida na Europa e sob restrição nos EUA. No Brasil, a Anvisa alerta sobre os riscos cardiovasculares, mas não proíbe a venda.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou, nesta quarta-feira (27), alerta para os profissionais de saúde sobre o uso de sibutramina no Brasil, a medicação é usada para auxiliar o emagrecimento. A realização do estudo SCOUT (Sibutramine Cardiovascular Outcomes), que avaliou 10 mil pacientes durante seis anos, demonstrou aumento do risco cardiovascular nos pacientes tratados com a substância.

O estudo SCOUT indicou que o risco de desenvolver enfermidades cardiovasculares, como infarto do miocárdio1, acidente vascular cerebral e parada cardíaca, aumenta em 16% nos pacientes que utilizaram o medicamento, quando comparados àqueles tratados com placebo.

A partir da análise do estudo, a Anvisa recomenda a contraindicação do uso de medicamentos à base de sibutramina para pacientes com perfil semelhante aos incluídos no estudo SCOUT:

Pacientes que apresentem obesidade4 associada à existência, ou antecedentes pessoais, de doenças cardio e cerebrovasculares.

Pacientes que apresentem Diabetes Mellitus tipo 2, com sobrepeso ou obesidade e associada a mais um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

A Anvisa, por meio da Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme) fará nova avaliação do estudo, com o objetivo de investigar os níveis de segurança do medicamento em pacientes com perfis distintos dos já estudados. Essa avaliação poderá levar a

Agência a determinar outras medidas restritivas ao uso da substância.

O estudo SCOUT foi a base para recentes tomadas de decisão das agências regulatórias da União Europeia (EMA – European Medicine Agency) e dos Estados Unidos (FDA - Food and Drug Administration).

O Comitê de Medicamentos para Uso Humano (CHMP) da EMA recomendou a suspensão da autorização de comercialização para o medicamento em toda a União Européia.

Nos Estados Unidos, não houve a proibição da fabricação e venda do medicamento. O FDA solicitou a inclusão de novas contra-indicações na bula do produto, para informar que a sibutramina não deve ser usada em pacientes com história de doença cardiovascular.


Fonte consultada:
ANVISA

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Vai para a praia?

Guarujá registra 21 casos de dengue só em janeiro!

A dengue preocupa o Guarujá, na Baixada Santista: apenas neste mês foram confirmados 21 casos da doença e outros 172 são suspeitos. A escalada da dengue começou em dezembro, quando foram contabilizados 53 dos 81 casos registrados em 2009, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Em 2008 houve apenas 22 casos.

Moradores de bairros carentes, como Vila Rã, Areião e Sossego, afirmam que várias pessoas contraíram a doença desde o fim do ano. Duas teriam morrido. A prefeitura aguarda o resultado dos exames sobre a causa das mortes. As localidades mais atingidas têm esgoto a céu aberto, valas e buracos que acumulam água e entulho espalhado pelas ruelas sem asfalto.

A Secretaria Estadual de Saúde diz que os exames que verificam se o paciente teve ou não a doença são feitos pelo Instituto Adolfo Lutz e demoram 30 dias para ficar prontos. Mas, ao serem atendidos nas unidades de saúde pública do Guarujá, moradores dizem que não recebem essa informação.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, quando procuram atendimento com sintomas como dores de cabeça e no corpo, manchas avermelhadas e febre, os pacientes são submetidos a um hemograma, que indica, com base no número de plaquetas no sangue, se pode ser dengue. Quando a suspeita é confirmada, o paciente inicia o tratamento, que consiste em hidratação, descanso e remédio para dor. A pessoa recebe o resultado definitivo por telefone, dias depois...

fonte O Estado de São Paulo.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Brasil gastará R$ 1 bilhão para distribuir 83 milhões de vacinas contra gripe; campanha começa em março.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, informou nesta terça-feira (26) que o governo federal gastará cerca de R$ 1 bilhão com 83 milhões de vacinas para combater a segunda onda da pandemia de gripe A (H1N1) no país.

A ampla maioria dessas vacinas é para combate à gripe pandêmica. Ao todo, o ministério espera vacinar 81 milhões de pessoas: 62 milhões contra a gripe pandêmica, que ganhou o nome de suína, e o restante contra gripe comum, que também mata dependendo das condições do infectado.

A gripe suína matou 1.705 pessoas no Brasil e cerca de 14 mil em todo o mundo. A vacinação irá prioritariamente para profissionais de saúde, gestantes, indígenas e população com doenças crônicas - excluindo pessoas acima de 60 anos, que receberão suas doses na campanha nacional de vacinação.

Adultos saudáveis entre 20 e 29 anos de idade também serão imunizados, disse o ministro da Saúde. A campanha começa em 8 de março e irá até 7 de maio, de acordo com o ministro.

"O Brasil tem grande experiência acumulada nesse tipo de campanha e vamos usá-la. Vamos distribuir as vacinas aos Estados, que vão definir sua rede de vacinação", afirmou Temporão em entrevista coletiva. "Vamos mandar doses proporcionais e isso vai ser feito em parceria com a sociedade."

A primeira etapa da campanha, disse Temporão, irá de 8 a 19 de março, para atendimento de trabalhadores de serviços de saúde e a população indígena.

Segunda etapa vai começar em 22 de março e vai até 2 de abril para imunizar pessoas com doenças crônicas, como obesidade mórbida, doenças cardiácas e respiratórias e diabetes, e também crianças entre seis meses e dois anos de idade.

As crianças receberão duas meias doses, sendo que a segunda poderá ser dada a partir da terceira semana depois da primeira. A terceira etapa, de 5 a 23 de abril, atenderá pessoas entre 20 a 29 anos.

Maiores de 60 anos com doenças crônicas serão vacinados na quarta etapa, entre 24 de abril e 7 de maio. As grávidas poderão ser vacinadas ao longo de toda a campanha, independentemente do momento de sua gestação, informou Temporão.

O ministro afirmou que os Estados mais pesadamente afetados pela pandemia, como o Rio Grande do Sul, não terão prioridade no atendimento. "Estados com mais mortes vão ser vacinados em exatamente os mesmos grupos. O critério é vacinar todos os brasileiros ao mesmo tempo, como fazemos para todas as vacinas em todas as campanhas", disse.

fonte: UOL Notícias

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sete passos para um coração saudável: publicação da American Heart Association.

Publicado no periódico Circulation os sete passos da American Heart Association para manter a saúde cardiovascular, o “Life’s Simple 7”, que categoriza a saúde cardiovascular da população em pobre, intermediária ou ideal em cada uma das sete áreas.

A publicação diz que a saúde cardiovascular ideal é definida em um adulto por cada uma das medidas abaixo:

1. Nunca ter fumado ou ter deixado de fumar há mais de um ano.
2. Índice de Massa Corporal1 (IMC) abaixo de 25 kg/m² (o IMC é calculado dividindo o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros).
3. Ser fisicamente ativo. As novas recomendações são para a prática de 150 minutos por semana de atividades físicas de intensidade moderada ou 75 minutos por semana de atividade física de intensidade vigorosa para uma saúde ideal.
4. Pressão arterial abaixo de 120 x 80mmHg.
5. Glicemia de jejum2 abaixo de 100mg/dl.
6. Colesterol3 total abaixo de 200mg/dl.
7. Dieta saudável. Quatro de cinco componentes chave da dieta. Para uma dieta de 2000 calorias ao dia, por exemplo, incluir:

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Diminuir o sal da dieta reduz o número de eventos cardiovasculares e a mortalidade.

Mesmo uma redução modesta de um grama ao dia já é benéfica à saúde!

Reduzir o sal na dieta pode melhorar a saúde pública, segundo pesquisa publicada no New England Journal of Medicine, mas é um desafio. Em parte porque 75 a 80% do sal consumido por norte-americanos vem de comidas processadas, e não da adição de sal durante o consumo ou na preparação de alimentos.

Uma redução de até 3 gramas de sal ao dia (1200mg de sódio por dia) pode diminuir o número de casos anuais de doenças cardiovasculares. A pesquisa realizada estimou uma redução anual para:

Doenças coronarianas: de 60 mil a 120 mil casos
Acidente vascular cerebral: de 32 mil a 66 mil casos
Infarto do miocárdio: 54 mil a 99 mil casos
Número de mortes por qualquer causa: de 44 mil a 92 mil casos

Toda a população sairia ganhando, principalmente os negros. As mulheres se beneficiariam particularmente com a redução de acidente vascular cerebral. Os idosos, com a diminuição de eventos coronarianos. No caso dos adultos jovens, calcula-se uma queda nas taxas de mortalidade. A melhoria na saúde cardiovascular seria semelhante a uma grande redução no consumo de cigarro, na obesidade e dos níveis de colesterol.

Retirar da dieta 3 gramas de sal ao dia pode levar a uma economia de 10 a 24 bilhões de dólares nos custos com cuidados de saúde anualmente. Mesmo uma redução modesta de 1 grama por dia, adquirida gradualmente entre 2010 e 2019, seria mais efetiva que o uso de medicações para reduzir a pressão arterial nas pessoas hipertensas.

Este estudo não levou em consideração como esta redução pode ajudar as crianças, ou que o fato de diminuir o sal pode reduzir o risco de câncer no estômago, doenças renais, insuficiência cardíaca e osteoporose.

Fonte consultada:
New England Journal of Medicine, de 20 de janeiro de 2010

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Antidepressivos e tranquilizantes são usados para aumentar os limites do corpo.

Uso de medicamentos psicoativos, como os antidepressivos e os ansiolíticos – estes também conhecidos como tranquilizantes – é tido como um meio das pessoas buscarem auxílio para superar conflitos pessoais e socioeconômicos e aumentar os limites do corpo diante dos problemas da vida cotidiana, conforme observou uma pesquisa desenvolvida na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.

Durante a pesquisa e a coleta de dados, foi verificado que a maioria das mulheres entrevistadas relacionaram o contexto do ambiente doméstico com o uso dos medicamentos psicoativos.

Ao contrário das mulheres, os homens revelaram que o humor e a disciplina do corpo se tornam essenciais em relação tanto ao ambiente doméstico como fora deste. Alguns trabalhadores relataram que utilizavam os ansiolíticos para organizarem o sono e os antidepressivos para serem simpáticos em seus trabalhos. Nesse sentido, os homens buscam nesses medicamentos a superação dos limites do corpo, na tentativa de se manterem como provedores e “donos” da casa.

A tendência é que o uso dos medicamentos psicoativos aumente entre os homens, pois estão relacionados ao aumento da atenção e superioridade sobre os limites do corpo.

Um exemplo nesse caso são os homens que trabalham como vigias: usam o medicamento para controlar o sono e, com isso ter mais de um emprego.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Como usar os filtros solares.



Uso correto evita queimaduras

O rapaz na foto acima foi à praia consciente da importância de usar um protetor solar. No entanto, suas mãos só alcançavam até os ombros e ele não pediu à ninguém para passar o filtro nas suas costas.

O resultado pode ser percebido nitidamente: nos ombros, onde o filtro solar foi aplicado, a pele foi protegida do sol e não se queimou. Nas outras áreas das costas ele sofreu queimadura solar, com dor, ardência, calor e vermelhidão intensa.

Os filtros solares estão aí para nos protegerem das radiações solares e, se usados adequadamente, nos permitem aproveitar os prazeres da vida ao ar livre com mais segurança. Veja, abaixo, nossas dicas para o uso correto da proteção solar:

O fator de proteção solar (FPS) mínimo deve ser o 15.
Aplique o filtro solar 20 a 30 minutos antes da exposição solar.
Após aplicar o filtro solar, aguarde 20 minutos antes de mergulhar.
Nas crianças é melhor fazer a primeira aplicação ainda em casa. Se deixar para aplicar ao chegar na praia ou piscina, vai ser difícil convencê-las a esperar 20 minutos para poder mergulhar.
Espalhe o filtro solar de maneira uniforme e abundante por toda a superfície corporal que vai ser exposta ao sol. Economia é sinônimo de proteção inadequada.
Não esqueça de proteger as orelhas, os lábios e o peito dos pés!
Peça a alguém para aplicar o filtro solar nas suas costas (deixe a timidez de lado, é melhor que se queimar).
Filtro solar em spray também precisa ser espalhado com as mãos, senão a aplicação não fica uniforme.
Reaplique o filtro solar a cada 2 horas e após mergulhar ou transpiração excessiva.
Filtros à prova d'água também precisam ser reaplicados após o mergulho. Eles resistem melhor, mas acabam saindo.
Se os olhos ardem quando mergulha, prefira os filtros solares exclusivamente físicos para a face (vale para as crianças, que esfregam as mãos no rosto após mergulhar).
O uso do filtro solar não significa que você está imune aos efeitos do sol. Cuidado com a exposição excessiva no horário entre 10 e 16 horas. Use barracas, chapéus, bonés, viseiras e camisetas.
Surfistas que permanecem por longos períodos na água devem utilizar roupas de lycra escura para surfar e filtros solares físicos para a face (são mais aderentes).
Mulheres, cuidado, alguns filtros solares mancham o esmalte das unhas.
Siga as dicas acima e aproveite o melhor do sol!

fonte: Dermatologia.net

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Poluição por ozônio cresce em SP

A qualidade do ar no Estado de São Paulo ficou ruim um maior número de vezes no ano passado em comparação com 2008. No total, foram 271 ultrapassagens do padrão aceitável para a saúde provocadas pelo poluente ozônio em 2009 - em 54 casos o nível de poluição foi tão alto que levou ao estado de atenção. No ano anterior, foram 202 ultrapassagens causadas pelo ozônio - sendo que em 45 vezes se chegou ao estado de atenção. O número de ultrapassagens cresceu 34%.

A mesma relação se observa ao avaliar o número de dias com qualidade do ar ruim. A capital paulista, por exemplo, teve 51 dias com ar inaceitável em 2009 e 43 dias em 2008 - um aumento de 18% - também por causa do ozônio.

Colaboram para isso a elevação do número de carros, por conta da baixa de impostos e a péssima qualidade do diesel brasileiro.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Estudo que questiona eficácia de antidepressivo deve ser visto com cautela.

ESSE TEXTO É LONGO, MAS VALE A PENA LER!

Na semana passada, o Journal of the American Medical Association publicou um estudo questionando a eficácia dos medicamentos antidepressivos. Eles são úteis em casos de depressão profunda, dizia. Contudo, para a maioria dos pacientes, aqueles com casos de leves a moderados, os antidepressivos mais usados geralmente não são melhores que um placebo.

Para as milhões de pessoas que tomam esses remédios e para os médicos que os prescrevem, essa provocativa afirmação tinha de ser confusa, se não alarmante. Ela contradisse literalmente centenas de experimentos bem elaborados, para não mencionar uma considerável experiência clínica, mostrando a eficiência dos antidepressivos para uma ampla gama de pacientes deprimidos.

Numa inspeção cuidadosa, porém, o novo estudo não supera aquela montanha de evidências anteriores. Para entender o motivo, é preciso analisar a forma como ele foi conduzido.

O estudo é uma suposta meta-análise – não um novo experimento clínico, mas uma análise combinada de estudos anteriores. Uma razão comum para realizar esse tipo de reflexão é descobrir potenciais efeitos de medicamentos que podem não ter sido percebidos em estudos menores. Agregando dados de muitos estudos, os pesquisadores ganham o poder estatístico de identificar padrões amplos que podiam não ter sido evidenciados antes.

Todavia, meta-análises podem ser enganosas. Primeiro, elas só são tão boas quanto os menores estudos que analisam. E quando há centenas de estudos disponíveis, como decidir quais devem ser incluídos?

Para a recente análise no jornal, os autores identificaram 23 estudos (de várias centenas de experimentos clínicos) que satisfizeram seus critérios de inclusão. Desses 23, eles conseguiram obter acesso aos dados de apenas seis, com um total de 718 participantes. Três experimentos testaram o antidepressivo Paxil (um inibidor da recaptação seletiva de serotonina, da mesma classe do Prozac) e três usaram um remédio mais velho, a Imipramina, da classe conhecida como tricíclicos.

Isso não corresponde a muitos estudos, caso o seu objetivo seja responder uma ampla pergunta sobre a eficácia dos antidepressivos como uma classe. Realmente, conforme me disse Robert J. DeRubeis, professor de psicologia da Universidade da Pensilvânia e um dos autores do artigo, "É claro, não podemos saber se esses resultados se aplicam a outras medicações".

Sabe-se que não é fácil encontrar estudos que incluam grandes números de pessoas com depressão de leve a moderada; a maioria dos experimentos foca nos pacientes gravemente doentes. Porém, os autores da nova análise deram a si mesmos uma deficiência adicional: eles decidiram excluir toda uma classe de estudos, aqueles que tentavam corrigir para o chamado efeito placebo.

Pesquisadores argumentam a todo tempo sobre quais pacientes devem ser incluídos num estudo. Estudos de antidepressivos chegam a conclusões extremamente diferentes, em parte porque as características dos pacientes variam de forma muito ampla.

Muitos pacientes com depressão – chegando a 50% em alguns estudos – melhoram sem usar nenhum remédio, apenas uma pílula de placebo e um atencioso tratamento com um terapeuta. Por esse motivo, os pesquisadores frequentemente desenham seus estudos para excluir tais pessoas, visando determinar se os medicamentos estão funcionando independente de qualquer efeito placebo.

Uma análise que elimina tais estudos está destinada a mostrar uma diferença média comparativamente pequena entre o tratamento por medicamentos e por placebo. De forma nada surpreendente, isso foi exatamente o que aconteceu na recente análise. Entretanto, em experimentos clínicos aleatórios que tentam corrigir, ou limpar, o efeito placebo, pacientes com depressão leve a moderada reagem a antidepressivos em ritmos quase idênticos a pacientes com depressão profunda (que tendem a mostrar uma reação muito mais baixa a placebos).

Outra desvantagem da análise é que suas conclusões baseiam-se em estudos que incluíam apenas dois antidepressivos – quando há mais de 25 no mercado. Para efeito comparativo, quando a FDA – agência responsável pela regulação, produção e comercialização de remédios e alimentos nos Estados Unidos – quis investigar a segurança dos antidepressivos, foram analisados os dados de aproximadamente 300 experimentos clínicos com quase 80 mil pacientes e envolvendo cerca de 12 antidepressivos.

Essas drogas não são intercambiáveis; estudos mostram que um paciente que não reage a um deles tem cerca de 30% de chances de responder a outro.

Ainda assim, antidepressivos não são panacéias, e seus defensores algumas vezes foram exageradamente otimistas a respeito de sua eficácia. Apenas cerca de 35% dos pacientes deprimidos chegarão à cura com o primeiro antidepressivo que tomarem. Com tratamentos sequenciais, entretanto, a maioria pode esperar grandes progressos.

E o verdadeiro teste de um antidepressivo não é apenas se ele pode retirar alguém da depressão; é se ele pode evitar que a depressão retorne. Para uma grande maioria das pessoas com depressão, a doença é crônica. Reincidências e sintomas leves entre episódios são comuns.

Avaliações de estudos mostram que antidepressivos são altamente eficazes em evitar uma recaída; em média, o risco de uma recaída em pacientes que continuam tomando antidepressivos é de metade a um terço daqueles que são alterados para um placebo.

De tempos em tempos, um estudo inovador aparece e revira as amadas ideias de todos a respeito de um tratamento em particular. Contudo, o atual estudo não é um deles. Assim, seria uma pena se ele desestimulasse pacientes depressivos a tomar antidepressivos.

Especialistas podem discordar sobre o que constitui o melhor tratamento para a depressão, e para quais pacientes. Não há dúvidas, entretanto, de que a segurança e eficácia dos antidepressivos descansam sobre sólidas evidências científicas.

*Richard A. Friedman é professor de psiquiatria no Weill Cornell Medical College

sábado, 16 de janeiro de 2010

Estudo vê risco de epidemia de HIV resistente a medicamentos

O aumento da circulação de variantes do HIV resistentes ao tratamento com antirretrovirais nos EUA pode provocar uma epidemia desse tipo de "supervírus" com início nos países desenvolvidos.

O alerta é de um estudo publicado na edição desta sexta-feira (15) na revista "Science", que analisou a dinâmica de transmissão do vírus em San Francisco, na Califórnia.

Nos últimos 20 anos, a presença do vírus resistente cresceu de forma significativa na cidade, assim como na maioria dos países ricos, onde o tratamento com antirretrovirais é comum.

Como os soropositivos podem transmiti-lo para mais de uma pessoa, os pesquisadores afirmam que a ameaça de epidemia nesses países é real.

Para mapear a evolução do HIV em São Francisco, os cientistas criaram um modelo matemático com os dados das infecções nas últimas duas décadas.

A simulação considerou a transmissão dos três tipos de HIV resistentes aos principais antirretrovirais do mercado. A partir dessas informações identificaram os fatores do tratamento que levaram à resistência aos medicamentos.

O modelo mostrou que muitos dos HIV resistentes, que têm evoluído nos últimos dez anos, são transmitidos de uma pessoa para outra mais facilmente do que se acreditava. Essa nova dinâmica, dizem os cientistas, tem potencial para provocar uma nova onda de resistência aos medicamentos.

Embora os remédios tenham conseguido manter a taxa de transmissão do HIV resistente abaixo de 15% do que seria esperado, cerca de 60% dos vírus desse tipo têm potencial para causar epidemias autossustentáveis caso saiam do controle.

É, mesmo com toda a experiência da humanidade, está sendo provado que a dor, mesmo prolongada, nem sempre ensina facilmente. A humanidade está despreocupada com a AIDS e ela, a AIDS, não está nem aí com a humanidade. Continua "se proliferando".

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Pequisas sugerem que fé pode auxiliar na cura.

A recuperação de pacientes com câncer está diretamente relacionada à sua religiosidade. Este é o resumo dos resultados de um estudo realizado na Universidade de São Paulo, divulgado há pouco tempo.

Os pacientes que têm uma crença religiosa se mostram mais confiantes para lutar contra a doença.

O trabalho ouviu 12 voluntários em tratamento e 11 especialistas em oncologia,em uma cidade do interior de São Paulo.

Até mesmo os profissionais de saúde entrevistados dão maior importância para a religião com relação à melhora dos pacientes. A maioria acredita que a fé ajuda a superar um problema mais grave.

É possível que o sistema imunológico desses pacientes seja mais resistente e, talvez por isso, eles apresentem melhoras mais satisfatórias.

Outro estudo, desenvolvido no Canadá, releva que a fé é um grande auxiliar contra a ansiedade e a depressão. Ele prova que pessoas religiosas são menos angustiadas e sentem menor culpa com relação aos próprios erros.

Os cientistas notificam que há uma enorme ligação entre as crenças religiosas e a atividade de uma parte do cérebro chamada de córtex cingulado anterior.

Mas os estudos estão, ainda, em desenvolvimento e deverão trazer à luz muitas outras informações para nós sobre este estimulante tema.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Forma específica de vitamina E protege cérebro após derrames

Bloquear a função de uma enzima-chave no cérebro com uma forma específica de vitamina E pode prevenir a morte de neurônios após um acidente vascular cerebral (AVC), indica uma nova pesquisa.

Um grupo de cientistas nos Estados Unidos, em estudo com células cerebrais de camundongos, descobriu que o tipo de vitamina E conhecido como tocotrienol bloqueou a liberação de ácidos graxos pela enzima, responsáveis pela morte de neurônios.

O novo estudo, financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) do governo norte-americano, foi publicado na edição on-line e sairá em breve na edição impressa do periódico Journal of Neurochemistry.

A vitamina E ocorre naturalmente em oito formas diferentes. A mais conhecida pertence a uma variedade chamada tocoferol. O tocotrienol (ou TCT) não é abundante na dieta norte-americana nem na brasileira, mas pode ser encontrada na forma de suplemento. No Sudeste Asiático é comum, extraído do óleo de palma, da cevada ou do arroz.

Os pesquisadores relacionaram os efeitos do tocotrienol a várias substâncias que são ativadas no cérebro após um AVC e concluíram que uma enzima específica poderia servir como um alvo terapêutico importante. A enzima é conhecida como cPLA2.

Em seguida ao trauma causado pela interrupção do fluxo sanguíneo associado com um AVC, uma quantidade excessiva de glutamato é liberada no cérebro. O glutamato é um neurotransmissor que, em pequenas quantidades, tem papel importante no aprendizado e na memória. Mas seu excesso desencadeia uma sequência de reações que leva à morte de neurônios, efeito devastador de um AVC.

Apesar de a cPLA2 existir naturalmente no organismo, tanto de camundongos como do homem, os cientistas verificaram que o bloqueio de sua função não é danoso. Camundongos geneticamente modificados de modo a não ativar a enzima tiveram expectativa de vida semelhante à de outras cobaias, mas com menor risco de ter AVC.

Os pesquisadores também destacam que a quantidade de tocotrienol necessária para atingir os efeitos desejados é pequena, cerca de dez vezes menos do que a quantia comumente encontrada em humanos que consomem regularmente esse tipo de vitamina E.

O artigo "Nanomolar vitamin E alpha-tocotrienol inhibits glutamate-induced activation of phospholipase A2 and causes neuroprotection" (10.1111/j.1471-4159.2009.06550.x), de Chandan Sen e outros, pode ser lido por assinantes do Journal of Neurochemistry em www3.interscience.wiley.com/journal/123217269/abstract .

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Novo remédio contra impotência age em 15 minutos, diz laboratório

O laboratório americano de biotecnologia Vivus apresentou na segunda-feira (11) uma nova análise de um teste clínico realizado com o Avanafil, fármaco experimental contra a impotência, que atuaria 15 minutos depois do consumo, isto é, mais rápido que o Viagra, o Cialis e o Levitra.

"Sexo seguro" para quem tem pressa! Até o sexo está ficando dinâmico demais, não acha?

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Forma como percebemos o tempo depende da memória.

Aquela velha pergunta alarmante da manhã seguinte à virada do ano ("Ai, o que foi que eu fiz ontem à noite?") – pode até parecer agradável em comparação àquela que pode vir em seguida, "Ai, o que exatamente eu fiz com o ano passado?" Ou: "Espere um minuto – por acaso uma década acabou de passar?"

Sim. Em algum ponto entre a trigonometria e a colonoscopia, alguém deve ter pressionado o botão de avançar. O tempo pode marchar, caminhar, voar ou engatinhar, mas no início de janeiro sempre parece que ele relampejou como um convidado bravo para o jantar, deixando conversas inacabadas, relacionamentos ainda travados, maus hábitos ainda vivos, metas inalcançadas.

Os cientistas não têm certeza de como o cérebro acompanha o tempo. Uma teoria afirma que ele tem um grupo de células especializadas em contar intervalos de tempo; outra diz que uma ampla gama de processos neurais age como um relógio interno.

De qualquer forma, segundo estudos, este marcapasso biológico não possui um grande alcance de intervalos longos. O tempo não parece desacelerar com um gotejar numa tarde vazia e acelerar quando o cérebro está envolvido em pensamentos desafiadores. Estimulantes, incluindo a cafeína, tendem a fazer pessoas sentirem que o tempo está passando mais rápido; trabalhos complexos, como calcular seus impostos, podem parecer se arrastar por mais tempo do que realmente tomam.

E acontecimentos emocionais – uma separação, uma promoção, uma viagem para fora do país – tendem a ser percebidos como mais recentes do que na realidade, em meses ou até anos.

Para resumir, segundo alguns psicólogos, as descobertas sustentam a observação do filósofo Martin Heidegger, de que o tempo "persiste meramente como uma consequência dos eventos ocorrendo dentro dele".

Agora, pesquisadores acreditam que o contrário também pode ser verdade: se muito poucos eventos vêm à mente, a percepção do tempo não persiste; o cérebro encurta o intervalo que passou.

Num estudo publicado na edição de dezembro do jornal Psychological Science, Zauberman liderou uma equipe de pesquisadores que testou a memória de alunos universitários para diversos novos eventos, incluindo a indicação de Ben S. Bernanke para presidente do Federal Reserve (33 meses antes do estudo) e a decisão de Britney Spears de raspar os cabelos (20 meses). Em média, os alunos subestimaram quanto tempo havia passado em três meses, segundo o estudo.

Não foi uma completa surpresa. Num experimento clássico, um explorador francês chamado Michel Siffre viveu numa caverna por dois meses, se afastou do ritmo de noite e dia e fabricou relógios artesanais. Ele ressurgiu convencido de que havia se isolado por apenas 25 dias. Deixado por conta de seus próprios meios, o cérebro tende a condensar o tempo.

No entanto, a forma pela qual ele fixa o tempo relativo de eventos depende da memória, diz o novo estudo. No ponto em que os estudantes no estudo recordaram desenvolvimentos relacionados ao evento original – a complicada vida amorosa de Britney, digamos, ou as intervenções de Bernanke na economia –, esse evento parecia muito distante. Numa série de experimentos, os pesquisadores testaram memórias pessoais e memórias de vídeos vistos no laboratório. O padrão se manteve: quanto mais vinham à mente desenvolvimentos intervenientes relacionados, mais distante parecia o evento original...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Incidência de câncer ginecológico em áreas urbanas é seis vezes maior do que em áreas rurais.

Pesquisa publicada no International Journal of Obstetrics and Gynaecology (BJOG) mostra alta incidência de câncer ginecológico (câncer de endométrio, de ovário e de colo de útero) em áreas urbanas no Egito, comparado à incidência em áreas rurais. O estudo sugere que as mulheres que vivem em zonas urbanas estão mais expostas aos xenoestrogênios ambientais (compostos industriais que têm atividade semelhante ao estrogênio), os quais podem aumentar o risco de desenvolvimento de tumores malignos relacionados a estímulos hormonais.

Foram analisados os dados de mulheres diagnosticadas com câncer ginecológico no Gharbiah Cancer Registry durante quatro anos. Os resultados mostram que a incidência1 dos 3 tipos de tumores estudados (câncer de endométrio, colo de útero ou ovário) é mais alta em áreas urbanas. O aumento observado é de cerca de 6 vezes em relação à incidência encontrada em mulheres de áreas rurais.

Tumores malignos em órgãos femininos como câncer de mama ou de útero estão associados à exposição prolongada ao estrogênio. A presença e a exposição aos xenoestrogênios ambientais é alta em áreas urbanas.

Estudos prévios mostram que a incidência1 de câncer de mama é 3 a 4 vezes mais alta em áreas urbanas. No presente estudo, os pesquisadores investigaram a incidência de outros tumores ginecológicos (endométrio, colo de útero e ovário) em áreas urbanas e rurais para avaliar se existe esta mesma tendência.

Tumores como leucemia (determinados geneticamente) têm as menores diferenças de incidência entre áreas urbanas e rurais, seguidos de tumores não dependentes de estímulo hormonal. Quando acrescentam-se cânceres dependentes de estímulos hormonais, aumentam as diferenças nas incidências para cerca de 70% (estas diferenças entre zonas urbanas e rurais aumentam em 146% quando apenas cânceres dependentes de hormônios são considerados).

O coordenador do estudo, Dr. Amr Soliman, disse que na população estudada não há diferenças entre mulheres de zonas urbanas ou rurais em relação a outros fatores de risco para câncer uterino ou de mama, acesso aos serviços de saúde ou comportamento. Também o uso de pílulas hormonais ou terapia hormonal é pequeno em mulheres do Egito. A alta exposição a agentes químicos industriais no ambiente que atuam como hormônios é um possível fator de risco nestes casos.

Fonte consultada:
BJOG – An International Journal of Obstetrics and Gynaecology de 16 de dezembro de 2009

sábado, 9 de janeiro de 2010

Cientistas identificam e regulam gene da gordura...

Um grupo de cientistas austríacos conseguiu identificar o gene responsável pela criação do tecido adiposo e conseguiu regular seu funcionamento em ratos de laboratório. Esse é considerado um passo importante na luta contra a obesidade. A pesquisa dos cientistas do Instituto de Biotecnologia Molecular de Viena, publicada esta semana na revista especializada americana Cell, se baseia na descoberta das funções guardadas no gene "Hedgehog".

De tal gene, parecido em roedores e humanos, se sabia que era responsável por funções importantes na fase embrionária, e agora os cientistas descobriram que na idade adulta é o encarregado de regular o metabolismo dos lipídios.

O tecido adiposo é essencial tanto para controlar o balanço energético (gordura branca) como para regular a temperatura corporal perante o frio (gordura marrom). Os pesquisadores austríacos conseguiram reduzir graças a esta descoberta a produção de gordura branca em roedores, aquela encarregada de manter as reservas de energia e produzir sobrepeso quando a ingestão de calorias é excessiva.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Cientistas descobrem mecanismo genético chave do vício de cocaína.

Pesquisadores americanos identificaram um mecanismo genético que ajuda a explicar o vício em cocaína, e abre um potencial caminho para novos tratamentos, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (7).

A pesquisa revela como a cocaína atua em um processo, chamado epigenético, segundo o qual a expressão de um gene é modificada nos circuitos cerebrais do prazer, que são os primeiros a serem afetados pelo consumo contínuo de qualquer droga.

Os pesquisadores do National Institute on Drug Abuse (NIDA) administraram a um grupo de camundongos doses repetidas de cocaína, enquanto mantinham outro grupo destes animais recebendo injeções de uma solução salina.

No fim do estudo, as cobaias do segundo grupo receberam uma única dose de cocaína. Assim, os cientistas puderam determinar os efeitos no cérebro do consumo regular de cocaína e compará-lo ao impacto de uma só dose da droga.

O estudo confirmou que um dos mecanismos pelos quais a cocaína altera os centros de prazer no cérebro consiste em neutralizar uma enzima que tem papel crucial no controle da expressão de um gene. Como já se havia observado, os ratos submetidos a um consumo regular de cocaína mostraram alterações importantes da expressão do gene, além de terem se habituado fortemente ao consumo da droga.

Neste estudo, porém, os pesquisadores mostraram pela primeira vez que é possível bloquear a alteração da expressão do gene, provocada por doses regulares de cocaína, impedindo assim o vício na droga.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Miastenia Grave

A Miastenia é uma doença que acomete os nervos e os músculos, portanto, é uma doença neuromuscular, de origem auto-imune. Ela se caracteriza por fraqueza acentuada que aparece depois do exercício físico ou mesmo no final do dia, portanto, sua principal característica é a fadiga.

Como toda doença auto-imune, a Miastenia acontece em virtude da produção de anticorpos contra o próprio organismo, mais precisamente, contra uma estrutura do músculo chamada de receptor de acetilcolina, que é a região onde o nervo eferente se liga no músculo.

Embora não se saiba ainda porque esses auto-anticorpos são produzidos, sabe-se que a doença acomete principalmente mulheres na proporção de 6 mulheres para cada 4 homens, preferencialmente nas idades entre 20 e 35 anos.

O principal sintoma é a fadiga, a qual pode aparecer em qualquer músculo do corpo. Assim sendo, a Miastenia pode produzir sintomas ou fraqueza nos braços, pernas, pode ocasionar dificuldades para mastigar e para engolir (disfagia). Quando acomete os músculos do tórax, a Miastenia provocará falta de ar (dispnéia) e voz anasalada (disfonia). Na face, a Miastenia causa queda das pálpebras (ptose palpebral) e visão dupla (diplopia).

Quando o paciente apresenta apenas sintomas relacionados aos olhos, podemos classificar a Miastenia de forma ocular, ou pode ser generalizada.

A história clínica do paciente é o principal exame para o diagnóstico, juntamente com o exame físico. Como exames complementares temos a eletroneuromiografia, a dosagem de anticorpos anti-receptor de acetilcolina, que está presente na região do receptor neuro-muscular e um teste com injeção de prostigmina. Imediatamente depois dessa injeção há melhora da força.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Omeprazol é quase tão bom quanto a cirurgia antirefluxo no tratamento da doença grave do refluxogastroesofágico.

Publicado no periódico Clinical Gastroenterology and Hepatology, estudo avaliou os efeitos de longo prazo das terapias para casos mais graves de doença do refluxo gastroesofágico1 com esofagite2. Em doze anos de seguimento, foram comparados os efeitos da terapia com omeprazol e da cirurgia antirefluxo. Ambas foram efetivas e bem toleradas. A cirurgia é superior para controlar as manifestações gerais da doença, mas o omeprazol evita o aparecimento de sintomas3 decorrentes desta intervenção cirúrgica.

O estudo coordenado por Lars Lundell, da Karolinska University Hospital, na Suécia, incluiu 310 pacientes com esofagite2 secundária à doença do refluxogastroesofágico. Destes, 154 receberam omeprazol (um desistiu de participar antes do início da terapia) e 144 passaram pela cirurgia antirefluxo (11 desistiram antes da realização da cirurgia). A ideia inicial era um acompanhamento de cinco anos, mas o estudo se estendeu por doze anos.

Os resultados mostraram que, de todos os pacientes, 71 dos que receberam omeprazol (46%) e 53 tratados com a cirurgia (37%) foram acompanhados durante todo o período de 12 anos. Ao final deste acompanhamento, permaneceram em remissão contínua dos sintomas3 53% dos pacientes que fizeram a cirurgia, comparados com 45% dos pacientes que receberam omeprazol e precisaram de reajustes de dose deste medicamento, e 40% que não tiveram reajuste de dose. Dos pacientes cirúrgicos, 38% precisaram de uma nova estratégia terapêutica. Por exemplo, tratamento medicamentoso ou uma outra cirurgia, comparados a 15% dos que usaram omeprazol.

Em conclusão, as terapias para a doença do refluxogastroesofágico são bem toleradas e efetivas. A cirurgia antirefluxo é superior para controlar a azia e o refluxo, mas o omeprazol evita problemas decorrentes do pós-operatório como disfagia4, flatulência e incapacidade para vomitar ou eructar.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Sintomas da Menopausa

Menopausa é a parada de funcionamento dos ovários, ou seja, os ovários deixam de produzir os hormônios estrógeno e progesterona e de eliminar óvulos, conseqüentemente a mulher deixa de menstruar.

Mas, para o diagnóstico de Menopausa deve existir um ano ou mais de falta da menstruação (chamada amenorréia) em mulheres que ainda tenham útero e ovários, juntamente com baixos níveis de estradiol (estrogêneo) e altos níveis do Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e do Hormônio Luteinizante (LH) (Greendale, 1999).

A Menopausa não é uma doença, mas apenas um estágio na vida da mulher e sua p principal característica é a parada das menstruações. Não existe idade predeterminada para a Menopausa mas, geralmente ela ocorre entre os 45 e os 55 anos. Em alguns casos a Menopausa pode ser mais prematura, ocorrendo a partir dos 40 anos, sem que isto seja um problema.

Em muitas mulheres a Menopausa pode ser anunciada, alguns anos antes, por irregularidades menstruais, menstruações mais escassas, hemorragias, menstruações mais freqüentes. Pode-se chamar esse período de Perimenopausa, a fase que antecede a parada total das menstruações (amenorréia), mas ela não é obrigatória.

Quando essas alterações são na forma de mais de uma menstruação por mês, chama-se de polimenorréia, quando surge com muito sangramento ou muitos dias sangrando, de hipermenorréia. Normalmente a Perimenopausa corresponde aos quatro anos antes da instalação da Menopausa, propriamente dita.

Ao contrário do que muita gente pensa, não há relação entre a precocidade ou atraso da primeira menstruação e a idade mais cedo ou mais tarde da Menopausa, nem tão pouco existe relação entre a idade de familiares da Menopausa e a da pessoa.

Uma palavra que se confunde com Menopausa é Climatério. Climatério é o decréscimo progressivo da capacidade reprodutiva feminina, portanto, estão no climatério todas as mulheres entre 35 e 65 anos de idade.

Sintomas da Menopausa
Os sintomas da Menopausa decorrem, em sua grande maioria, da deficiência de estrogênio. Essa deficiência de estrogênio pode ser observada desde o início do processo da Menopausa (climatério), sendo os mais freqüentes as ondas de calor, crises de sudorese noturna, palpitações, cefaléias e vertigens. Sintomas psicológicos também podem ocorrer com freqüência e incluem depressão, irritabilidade, fadiga e perda da libido.

Em relação às alterações emocionais possíveis de aparecer na Menopausa, não se pode atribuir exclusivamente à falta de estrogênio, embora isso seja importante. Nas questões emocionais devemos considerar todo o panorama existencial da pessoa menopausada, assim como os elementos sociais, biológicos, o passado emocional e físico, as condições atuais, etc.

Apesar de algumas mulheres não sentirem nada durante o período da Menopausa, a maioria poderá sentir os seguintes sintomas:

Ondas de calor
Suores noturnos
Insônia
Menor desejo sexual
Irritabilidade
Depressão (veja mais em PsiqWeb)
Ressecamento vaginal
Dor durante o ato sexual
Diminuição da atenção e memória

O que a falta de Estrogênio causa
O estrogênio é o hormônio básico da mulher. Sua falta causa, principalmente, as ondas de calor ou fogachos em aproximadamente 75 a 80 % das mulheres. Fisiologicamente, a redução progressiva do estrogênio, que acontece na Menopausa, promove efeitos profundos no organismo todo. Em alguns casos a conseqüência dessa deficiência de estrogênio, em longo prazo, propicia sintomas desagradáveis e, algumas vezes, sérias doenças.

O estrogênio é responsável pela textura da pele feminina e pela distribuição de gordura, e sua falta causará a diminuição do brilho e da elasticidade da pele, além de produzir uma distribuição de gordura pelo corpo mais masculina que feminina, ou seja, na barriga.

Nos genitais a falta de estrogênio que causa a secura vaginal, que acaba por comprometer o desermpenho e até o desejo sexual, pois torna as relações sexuais dolorosas.

Outra alteração importante causada pela falta de estrogênio é na esfera emocional. A mulher com falta de estrogênio pode ter irritabilidade e depressão. O estrogênio está associado a sentimentos de baixa auto-estima.

O estrogênio também é relacionado ao equilíbrio entre as gorduras no sangue, tais como do colesterol e triglicérides. Estudos mostram que as mulheres na Menopausa têm uma chance muito maior de sofrerem arteriosclerose e suas conseqüências, tais como ataques cardíacos, doenças cardio-vasculares e demência.

Por último o estrogênio é responsável pela fixação do cálcio nos osssos. Após a Menopausa, grande parte das mulheres passará a perder o cálcio dos ossos, doença chamada osteoporose, que é responsável por fraturas e por grande perda na qualidade de vida.

Porque tratar a Menopausa
Se a Menopausa é um fenômeno natural, porque a mulher a um tratamento? O objetivo do tratamento da Menopausa é melhorar a qualidade da vida da mulher.

As conquistas da ciência, particularmente da medicina, vêm aumentando muito a idade média dos homens e das mulheres, apesar do envelhecimento ser um fenômeno natural e fisiológico.

O maior motivo para um tratamento médico na Menopausa é a qualidade de vida. Hoje a medicina tem meios para minimizar eventuais desconfortos que podem comprometer a qualidade de vida da mulher menopausada e, um dos principais desconfortos que podem ocorrer nessa fase da vida é a osteoporose e suas conseqüências.

Além da prevenção da osteoporose, o tratamento proposto para a Menopausa e seus eventuais dissabores envolve a atenção às alterações emocionais (depressão e ansiedade), da atividade sexual, a prevenção de demência, a preservação da estética feminina, etc.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Cientistas fazem 1º mapa completo do funcionamento de um ser vivo

Uma equipe internacional de cientistas conseguiu mapear pela primeira vez todos os processos bioquímicos que mantêm um ser vivo (no caso, uma das bactérias mais simples do planeta) em funcionamento.

Os cientistas detalharam a receita toda: o conjunto de proteínas, os genes ativos e a cadeia de reações químicas que constroem a Mycoplasma pneumoniae, causadora, como indica seu nome, de um tipo de pneumonia em seres humanos.

O feito abre caminho para um plano acalentado há anos pelos biólogos moleculares: criar vida artificial --ou, ao menos, uma forma "customizada" dos micróbios atuais. E a análise de como a M. pneumoniae leva sua vidinha unicelular derruba de vez o velho preconceito de que bactérias funcionam de forma rudimentar quando comparadas com seres de células complexas, como plantas ou animais.

A maior diferença entre micróbios como bactérias e organismos mais complexos tem a ver com como o DNA se abriga no interior da célula. Criaturas como árvores e pessoas têm seu material genético cuidadosamente empacotado no núcleo de suas muitas células, enquanto as bactérias não têm núcleo em sua célula única.

Além do empacotamento no núcleo, o DNA dos organismos mais complexos também apresenta uma série de firulas na maneira como é "lido", possibilitando variar a maneira como as instruções contidas nele são seguidas pela célula.

Complicada e perfeitinha

Pois o mapeamento da bactéria, apresentado em uma série de artigos na revista especializada americana "Science", indica que não é preciso ter núcleo para desenvolver métodos sofisticados de leitura do DNA.

O grupo coordenado por Luis Serrano, da Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, mostrou que a bactéria usa um sistema flexível na hora de transmitir os dados codificados em seu DNA para o mRNA, ou RNA mensageiro, que inicia o processo de produção de proteínas na célula.

Essa flexibilidade depende dos chamados operons, conjuntos de genes cuja ativação é controlada pelo mesmo "interruptor". Em tese, se esse "interruptor" fosse apertado, todos os genes ligados a ele seriam ativados. Mas não é o que acontece. "Existe uma regulação interna, de forma que alguns genes do operon podem se expressar [se ativar] mais ou menos que os outros", diz Serrano.

A mesma versatilidade aparece nas proteínas que a bactéria produz --apenas 689, contra dezenas de milhares do organismo humano. É que esse punhado de moléculas consegue desempenhar múltiplas funções, explica Anne-Claude Gavin, do Laboratório Europeu de Biologia Molecular.

"Muitas enzimas [proteínas que aceleram reações químicas] são capazes de catalisar reações diferentes, de processar substâncias diferentes ou interagir com várias moléculas parceiras."

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Especialistas dizem que excesso de refrigerantes danifica os dentes.

Tomar refrigerantes em excesso pode fazer mal ao sorriso. Dentistas alertam que o consumo dessas bebidas pode manchar os dentes, levar ao aparecimento de cáries e também provocar a erosão do esmalte.

O esmalte não se recompõe e o dente fica desgastado, como se uma lixa tivesse sido passada nele, e também com manchas acastanhadas, além de mais sensível. Isso significa que é preciso restaurá-lo.

Além dos refrigerantes, é preciso também ter cuidado com energéticos e sucos de frutas cítricas, como limão, laranja e abacaxi, que podem levar à erosão dental. Alimentos ácidos, como picles e vinagre, também podem causar o problema, quando consumidos em grande quantidade.