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quarta-feira, 3 de junho de 2009

Alterações da Afetividade

A afetividade compreende o estado de ânimo ou humor, os sentimentos, as emoções e as paixões e reflete sempre a capacidade de experimentar o mundo subjetivamente. A afetividade é quem determina a atitude geral da pessoa diante de qualquer experiência vivencial, promove os impulsos motivadores e inibidores, percebe os fatos de maneira agradável ou sofrível, confere uma disposição indiferente ou entusiasmada e determina sentimentos que oscilam entre dois pólos e transitam por infinitos tons entre esses dois pólos, a depressão e a euforia.

Desta forma, a afetividade é quem confere o modo de relação do indivíduo à vida e será através da tonalidade desse estado de ânimo que a pessoa perceberá o mundo e a realidade. Direta ou indiretamente a afetividade exerce profunda influência sobre o pensamento e sobre toda a conduta do indivíduo.

Trata-se de uma qualidade vivencial do indivíduo em relação ao objeto, do tipo de estado em que ele está na vivência atual desse objeto. O objeto pode ser uma coisa, pessoa, acontecimento externo, perspectivas futuras ou algo relativo ao estado de seu corpo - o que chamamos de vivências externas. (o “corpo” aqui, está fora do psíquico, por isso vivência externa). Existem também as vivências internas, representadas pelos conteúdos ou acontecimentos mentais. Entretanto, seja qual for a natureza da vivência, externa ou interna, ela só participa da consciência se acoplada a um afeto. Às vezes temos a impressão que a consciência só reconhece vivências quando grudadas nos afetos, e aquelas sem estes, não têm significado existencial.

Assim sendo, os afetos são inerentes às vivências, e não existe vivência sem afeto. Isso faz a diferença entre a vida e a biografia de uma pessoa; a vida é uma sucessão de vivências e a biografia, uma seqüência de fatos. Ao viver uma vivência, a pessoa experimenta um estado afetivo intrinsecamente ligado a essa vivência, que é a valoração emocional daquela vivência. Esse é, então, o afeto integrado à vivência. O afeto é, portanto, uma qualidade vivencial e é, conseqüentemente, o significado emocional daquilo que a pessoa está vivendo naquele momento.

O estado psíquico global com que a pessoa se apresenta e vive reflete a sua afetividade. Tal como as lentes dos óculos, os filtros da afetividade fazem com que o sol seja percebido com maior ou menor brilho, que a vida tenha perspectivas otimistas ou pessimistas, que o passado seja revivido como um fardo pesado ou, simplesmente, lembrado com suavidade. A afetividade interfere qualitativamente na realidade percebida por cada um de nós, mais precisamente, na representação que cada pessoa tem do mundo, de seu mundo. O estado afetivo tende a impregnar as vivências de significado sentimental.

Podemos pensar na afetividade como o tônus energético capaz de impulsionar o indivíduo para a vida, como uma energia psíquica dirigida ao relacionamento do ser com sua vida, como o humor necessário para valoração das vivências. A afetividade colore com matizes variáveis todo relacionamento do sujeito com o objeto, faz com que os fatos sejam percebidos desta ou daquela maneira, e que estimulem este ou aquele sentimento.

Afetos são os atributos da pessoa que qualificam os objetos do mundo interno e externo. Em relação à unidade-sujeito, em relação ao EU, os afetos nos permitem dizer: eu estou triste, eu estou alegre, estou interessado, amando, com raiva. É sempre um estado em que eu estou. Deste modo, afetos são estados do EU.

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