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quinta-feira, 2 de abril de 2009

Traumas cerebrais leves podem causar sintomas transitórios ou persistentes após a lesão.

De acordo com os resultados de um estudo coorte prospectivo publicado na edição de março da Pediatrics, traumas cerebrais leves, particularmente aqueles mais graves, podem provocar sintomas temporários ou persistentes no primeiro ano após a lesão.

“Este estudo dá segurança aos pais de crianças que sofreram concussão pela primeira vez, pois nós podemos ver que, com mais freqüência, elas se recuperam completamente em um curto período de tempo” disse o autor principal Heith Owen Yeates, PhDm do Nationwide Children´s Hospital na Oho State Unversity College of Medicine, em Columbus, no comunicado à imprensa. “Entretanto, o estudo também mostra que crianças com mais risco devido à gravidade da sua concussão precisam ser monitoradas por períodos mais longos já que seus sintomas podem durar mais tempo”.

O objetivo deste estudo foi avaliar se o trauma cerebral leve em crianças e adolescentes, especialmente quando associado a características clínicas agudas que refletem dano mais grave, resulta em trajetórias pós-traumáticas diferentes de sintomas pós-concussivos versus danos ortopédicos leves.

Em 2 grandes hospitais pediátricos, 186 crianças com trauna cerebral leve e 99 com danos ortopédicos leves foram recrutadas de admissões seqüenciais aos departamentos de emergência. A faixa etária foi de 8 a 15 anos. Os sintomas pós-concussivos atuais foram classificados pelos pais após 3 semanas do trauma e nos meses 1, 3 e 12 após o acidente. Na primeira avaliação, os pais classificaram retrospectivamente os sintomas antes do dano e as crianças com trauma cerebral leve foram submetidas à ressonância magnética.

As características clínicas avaliadas pela sua capacidade de prever o sintomas pós-concussivos foram perda da consciência, pontuação na Escala de Coma de Glasgow menor do que 15, danos associados, sintomas agudos de concussão e presença de anormalidades intracranianas na ressonância magnética.

Quatro trajetórias longitudinais de sintomas pós-concussivos foram determinadas com base em modelos de mistura limitados que consistiram de: nenhum sintomas pós-concussivos, sintomas pós-concussivos persistentes moderados, sintomas pós-concussivos altamente agudos/solucionados e sintomas pós-concussivos altamente agudos / persistentes.

A distribuição das trajetórias diferiu entre trauma cerebral leve e dano ortopédico. Quando comparado ao grupo dano ortopédico o grupo com trauna cerebral leve foi mais propenso a ter trajetórias altamente agudas / solucionadas e altamente agudas / persistentes versus nenhuma sintomas pós-concussivos. Crianças com trauma cerebral leve nas quais a presentação clínica aguda refletiu dano mais grave foram especialmente propensas a ter trajetórias sintomáticas altamente agudas / solucionadas e altamente agudas / persistentes.

“Os pais deveriam prestar atenção particular a esses sintomas quando eles durarem mais de um ou dois meses e relatar ao médico da criança todos os sintomas em andamento para que ele possa intervir adequadamente”, disse Dr. Yeates.

As limitações do estudo incluíram taxas de recrutamento abaixo de 50% para grupos com trauma cerebral leve e DO, possível viés de recrutamento e o fato de todas as características clínicas terem sido classificadas igualmente no índice de gravidade cumulativa e vários sintomas somados na medida do sintomas pós-concussivos.

“Traumas cerebrais leves, particularmente aqueles mais graves, têm maior probabilidade de culminar no aumento transitório ou persistente dos sintomas pós-concussivos no primeiro ano após a lesão quando comparados aos traumas ortopédicos”, afirmam os autores do estudo. “São necessárias pesquisas adicionais para elucidar a variação de fatores, tanto os relacionados quanto os não relacionados às lesões, que colocam algumas crianças com traumas cerebrais leves em risco de sintomas pós-concussivos”.

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