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quinta-feira, 23 de abril de 2009

Saúde Mental: Integração na Web

Calcula-se que até 79% dos usuários da Internet procuram por informações relativas à saúde, a maioria delas fazendo pesquisas com palavras-chave para doenças específicas. Isso, como quase tudo na vida, tem um lado positivo e um lado negativo, ou seja, a par dos benefícios devemos considerar os custos.

Sobre os benefícios da Internet para o profissional médico em geral e, em particular, para o psiquiatra, tem sido inegável a enorme facilidade ao acesso e aquisição do conhecimento, para a possibilidade de continuada atualização e a infinita ampliação da integração com outros profissionais do mundo todo e, se quiser, em tempo real (Geraldo José Ballone, Trabalho que deveria ser apresentado no XIX Congresso Brasileiro de Psiquiatria, 2001).

Para o público geral os benefícios podem ser praticamente os mesmos, acrescidos das facilidades em ampliar o conhecimento de problemáticas pessoais, esclarecimento de dúvidas e acesso à orientações mais especializadas.

Mas isso tudo não é isento de riscos e custos (nem sempre financeiros). E os mesmos argumentos listados para os benefícios da Internet para a medicina e para o público podem ser usados para alertar sobre os problemas dela decorrentes. Essa questão nos faz lembrar da frase, cômica, sobre o computador ter vindo resolver problemas que não tínhamos.

Boa parte dos problemas decorrentes da integração universal através da Internet diz respeito, exatamente, ao excesso da informação e de sua disponibilidade indiscriminada.

O gigantesco volume de informações não seria problema se não causasse ansiedade e angústia ao ser humano que se depara com possibilidades ilimitadas de “saber mais e indefinidamente”. Mas isso não se trata de um agravo da Internet em si. A impossibilidade e angústia do ser humano diante da Internet decorrem sim, da limitação natural à nossa biologia e da aspiração egoística em saber cada vez mais, próprio de nossa natureza.

Não seria problema também, o gigantesco volume de informações, não fosse sua origem e confiabilidade duvidosas, bem como o fato de haver, em média 19 reproduções de cada arquivo colocado na rede.

Para termos uma idéia do crescente geométrico desse volume de informações, lembramos que foi gerada maior quantidade de informação nos últimos 50 anos que nos 50 mil anos anteriores. E mais assustador ainda é saber que esse número duplicará nos próximos 26 meses (Cenadem®). Em 2010, a informação duplicará a cada 11 horas e a cada ano são produzidos 1,5 bilhão de gigabytes em informação. Atualmente existem mais de 2 bilhões de páginas disponíveis na Internet.

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