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terça-feira, 11 de novembro de 2008

Diabetes: algumas novidades recentes...



Injeção de insulina de longa duração antes de dormir é uma estratégia terapêutica comum em diabetes tipo 2 inadequadamente controlado com medicações orais. Insulina lispro protamina neutra (NPL) demonstrou melhor controle glicêmico e incidência semelhante de eventos hipoglicêmicos que com insulina protamina neutra Hagedorn.

Pesquisadores italianos publicaram, recentemente, no Annals of Internal Medicine, um estudo em que compararam a eficácia clínica e a segurança da insulina NPL antes de dormir ou insulina glargina em pacientes com diabetes tipo 2 que apresentavam controle glicêmico subótimo enquanto estavam em uso de doses estáveis de metformina e sulfoniuréia.

Foi realizado um ensaio clínico randomizado, aberto, em um hospital-escola de Napoli, Itália. Foram incluídos, no estudo, 116 pacientes adultos em uso de doses estáveis de metformina e sulfoniluréia por mais de 90 dias, com níveis de hemoglobina A1c (HbA1c) entre 7,5% e 10% e níveis de glicemia plasmática iguais ou superiores a 6,7 mmol/L (> 120 mg/dL).

A intervenção estudada foi a administração subcutânea de 10 UI de insulina NPL ou insulina glargina antes de dormir, com ajustes semanais da dose objetivando níveis glicêmicos em jejum inferiores a 5,6 mmol/L (< 100 mg/dL), adicionada aos esquemas orais estáveis. Pacientes em uso de sulfoniluréia antes de dormir antes do início do estudo tiveram a medicação substituída por metformina. O desfecho primário foi a alteração dos níveis de HbA1c entre o momento basal e a semana 36. Desfechos secundários foram níveis de HbA1c < 7%, eventos hipoglicêmicos auto-relatados, dose de insulina, nível glicêmico auto-monitorado e peso corpóreo. Vinte pacientes em cada grupo tiveram monitoramento glicêmico contínuo por três dias consecutivos antes de iniciar insulinoterapia e na 36a semana.


A melhora dos níveis de HbA1c foi semelhante nos dois grupos (1,83% e 1,89% para insulina NPL e glargina, respectivamente). A diferença entre os grupos foi igual a 0,06% (IC95% = -0,1% a 0,15%). Desfechos secundários não foram diferentes entre os grupos. Níveis de HbA1c inferiores a 7% ocorreram em 62% dos pacientes em uso de insulina NPL e em 64% dos pacientes em uso de insulina glargina (diferença: 2%; IC95% = -1,1% a 5,0%). Níveis glicêmicos plasmáticos em jejum inferiores a 5,6 mmol/L (< 100 mg/dL) ocorreram em 40% dos pacientes em uso de insulina NPL e em 41% dos pacientes utilizando insulina glargina (diferença: 1%; IC95% = -0,9% a 3%). Qualquer evento hipoglicêmico ocorreu em 74% dos pacientes em uso de insulina NPL e em 67% dos pacientes em uso de insulina glargina (diferença: 7%; IC95% = -5% a 13%). Monitorização contínua dos níveis glicêmicos em pacientes que apresentaram hipoglicemias não foi estatisticamente diferente. A limitação do estudo foi o fato de não se tratar de um estudo cego, com poder limitado de detectar diferenças quanto aos eventos hipoglicêmicos e não obter monitorização contínua dos níveis glicêmicos em todos os pacientes.

Os pesquisadores concluíram que houve controle glicêmico semelhante com a adição de insulina glargina ou insulina NPL a esquemas terapêuticos orais em pacientes com diabetes tipo 2 inadequadamente controlado. A taxa de hipoglicemias foi semelhante nos dois grupos, porém o tamanho da amostra limitou a capacidade de obter avaliação definitiva de segurança.

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