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sábado, 24 de março de 2007

Dislexia - Vamos Aprender Um Pouco?

Dys = imperfeito, função anormal ou prejudicada
Lexia = linguagem

Para compreender sobre a Dislexia, é preciso entender que não existe a situação que determina que “quem é bom, é bom em tudo. Há vários “tipos” de inteligência, como a emocional, a musical, a matemática, etc. Assim, podemos compreender melhor sobre a Dislexia, pois trata-se de um quadro mais complexo do que cita a mídia em suas reportagens em revistas, por exemplo.

Entender Dislexia é entender que há um enorme dinamismo para com a compreensão do “todo” da doença e que há um grande número de pessoas (pesquisadores) que se dedicam a estudos persistentes para desvendar e esclarecer sobre ela. No período de estudo que vem se desenvolvendo, as nomenclaturas sobre a Dislexia vêm se modificando e se adaptando à compreensão que vamos adquirindo e que é cada vez melhor sobre o tema.

A Dislexia tem base neurológica e existe uma incidência expressiva do fator genético em suas causas, o que a torna altamente hereditária. O Disléxico tem mais desenvolvida determinada área de seu hemisfério lateral-direito do que as pessoas ditas normais.A maioria dos Disléxicos apresenta imaturidade psico-motora.

Existe, no Disléxico, uma alteração neurofisiológica. As pessoas Disléxicas e as não-Disléxicas não apresentam diferenças na fixação visual ao ler, mas os primeiros encontram dificuldades significativas na transição no correr dos olhos, em seu ato de mudança de foco de uma sílaba para a seguinte, como se estivesse borrada, com traçado carregado e sobreposto. Sensação que dificulta a discriminação visual das letras que formam a palavra escrita. “Como se as palavras dançassem e pulassem diante dos olhos do Disléxico...”

A Dislexia é causa de evasão escolar e de “analfabetismo funcional” que, por permanecer no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.

Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizado da Linguagem: em Leitura, em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculos Matemáticos, Linguagem Corporal e Social. Não tem como causa a Falta de Interesse, de Motivação, de Esforço ou de Vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária. Para entendimento, a Dislexia é um jeito de ser e de aprender; reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes genial, mas que aprende de modo diferente...

Tipos de Dislexia

1. Disgrafia – caracterizada por problemas com a Linguagem Escrita, que dificulta a comunicação de idéias e de conhecimentos através deste canal de comunicação. Há Disléxicos com graves comprometimentos no traçado de letras e de números; podem cometer erros ortográficos graves, omitir, acrescentar ou inverter letras e sílabas. Sua dificuldade espacial se revela na falta de domínio do traçado da letra, subindo e descendo a linha demarcada da escrita. Podem chegar a não permitir a leitura de sua escrita cursiva. Existem teorias sobre as causas. Uma delas aborda o processo de integração do sentido visão com a coordenação do comando cerebral do movimento. É complicado para esses disléxicos, monitorar a posição da mão que escreve, com a coordenação do direcionamento espacial necessário à grafia da letra ou do número, integrados nos movimentos de fixação e alternância da visão. Por isso, podem reforçar pesadamente o lápis ou caneta, para tentar controlar a mão que está traçando a escrita; podem, também, inclinar a cabeça para tentar ajustar eventuais distorções de imagem em seu campo de fixação visual. “Essas crianças podem ser extremamente brilhantes, capazes de excelentes idéias, porém completamente incapazes de passar para o papel o potencial de suas mentes.”

2. Discalculia – dificuldades atreladas a fatores diversos, podendo ser por problemas de leitura e/ou escrita, na compreensão global do que proponha o texto, bem como no processamento da própria linguagem. Há dificuldades relacionadas à confusão visual-espacial, discriminação de seqüências e de ordem precisas de fatos matemáticos e com lembrança correta de adequação de procedimentos matemáticos; também podem existir dificuldades em avaliações comparativas: maior-menor, mais-menos ou alteração emocional exacerbada, que dificulta ou bloqueia o pensamento matemático, impedindo a concentração precisa no foco.

3. Deficiência de Atenção – por conta da dificuldade de focar a atenção, há adultos e crianças que podem se tornar incrivelmente confusos e inconsistentes. Por outro lado, em função da oscilação no nível de capacidade de concentração, há dias de melhor rendimento e outros dias nos quais o rendimento é baixo ou mesmo muito baixo. Essa condição confunde os pais e os professores e até mesmo o próprio Disléxico, que não consegue entender por que isso acontece. Frequentemente essas crianças são classificadas como tendo distúrbios emocionais e seus pais podem culpá-las por isso, quando na verdade, cada uma delas é vítima inocente de uma deficiência escondida, que interfere no caminho em que o cérebro dessa criança organiza sua concentração. Há crianças que têm problemas de atenção e são, também, impulsivas, mas não hiperativas. Outras podem ser hipoativas.

4. Hiperatividade – a criança que nunca pode parar, está sempre agitada, não consegue ficar sentada. Mesmo mais velho, se analisado com atenção, o hiperativo revelará algum tipo de movimento contínuo das pernas, dos pés, dos braços, das mãos, dos lábios ou, mesmo, da língua. Há quem acredite que a criança pode e deva ser controlada. Mas devemos lembrar que a Hiperatividade é uma condição orgânica com base neurológica. E alguém que não se sinta capaz de controlar os próprios movimentos, sente-se mal a respeito de si mesmo (perda de auto-estima) e podem tornar-se negativas ou mesmo depressivas. A criança hiperativa pode ter comportamento impulsivo, que fala sem pensar e nunca espera por nada, não consegue esperar sua vez, interrompendo os outros, sem medir as conseqüências de suas atitudes. Planeja e decide mal e suas ações podem ser perigosas. Um segundo tipo de hiperatividade tem características mais pronunciadas na dificuldade de foco de atenção. Trata-se de uma superestimulação nervosa que faz com que essa criança passe de um estímulo a outro, não conseguindo focar sua atenção em um único objetivo, o que dá a impressão de que ela é desligada. Ela se distrai facilmente com qualquer estímulo mínimo que alcance sua visão, com qualquer som ou mesmo cheiro.

5. Hipoatividade – o Hipoativo é aquele que parece estar, sempre, “no mundo da lua”. Tem memória pobre e comportamento vago, pouca interação social, quase não se envolve com os colegas e não costuma ter amigos. Tem baixo nível de atividade motora, reação lenta a qualquer estímulo, ou a quase todos.

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